Jugoslávia, II
Será normal, depois de todo este tempo, depois de viver e morrer, será normal ainda não ter a certeza?
As suas palavras ainda estão aqui tão presentes...Aquela pergunta demoníaca quem me dera que ele nunca a tivesse feito, quem me dera nunca sequer o ter visto, quem me dera ter tido a oportunidade de fugir a tudo isto, quem me dera...
-Estás feliz?
Sinto tanta falta daquele lugar seguro, daquela grande janela...
Acho que posso admitir que foram os melhores momentos da minha vida. E ao mesmo tempo, sempre assombrados pela sua própria efemeridade, os piores.
Criança ingénua, convencida que tinha o mundo...
Acabo sempre por querer procurar os seus olhos mortos...como é que tamanha falta de vida, deu pela primeira e única vez sentido à minha?
Talvez um dia possa dizer se aquilo era felicidade ou outra coisa...mas ainda não...
Não me parece justo que a felicidade seja algo tão preso a questões teóricas. Não devíamos ter que nos esforçado tanto. Não devíamos ter fingido tanto.
Mas
Mas
Mas
Mas
As minhas teorias sempre foram deitadas por terra pelos meus sentimentos. Principalmente por aquele tão familiar tão meu conhecido dos seus braços a apertar me até eu perder a noção de todas as teorias...
Gostava mesmo que isso não fosse felicidade. Não é justo ter tido a felicidade nas mãos e ela ter fugido. Não é justo.
Por isso quero muito dizer que não, que não era felicidade.