quarta-feira, 2 de maio de 2012

Jugoslávia, II
Será normal, depois de todo este tempo, depois de viver e morrer, será normal ainda não ter a certeza?
As suas palavras ainda estão aqui tão presentes...Aquela pergunta demoníaca quem me dera que ele nunca a tivesse feito, quem me dera nunca sequer o ter visto, quem me dera ter tido a oportunidade de fugir a tudo isto, quem me dera...
-Estás feliz?
Sinto tanta falta daquele lugar seguro, daquela grande janela...
Acho que posso admitir que foram os melhores momentos da minha vida. E ao mesmo tempo, sempre assombrados pela sua própria efemeridade, os piores.
Criança ingénua, convencida que tinha o mundo...
Acabo sempre por querer procurar os seus olhos mortos...como é que tamanha falta de vida, deu pela primeira e única vez sentido à minha?
Talvez um dia possa dizer se aquilo era felicidade ou outra coisa...mas ainda não...
Não me parece justo que a felicidade seja algo tão preso a questões teóricas. Não devíamos ter que nos esforçado tanto.  Não devíamos ter fingido tanto.
Mas
Mas
Mas
Mas
As minhas teorias sempre foram deitadas por terra pelos meus sentimentos. Principalmente por aquele tão familiar tão meu conhecido dos seus braços a apertar me até eu perder a noção de todas as teorias...
Gostava mesmo que isso não fosse felicidade. Não é justo ter tido a felicidade nas mãos e ela ter fugido. Não é justo.
Por isso quero muito dizer que não, que não era felicidade.

domingo, 15 de abril de 2012

To find the right person
you need to let the wrong one go

Nesse caso

Então diz me que não eras tu..
Por favor diz me que me enganei, se for esse o caso então por favor perdoa-me!
Prova que errei e vem ter comigo (depressa se não for pedir muito)...
Posso já não estar completa, posso não ter tudo o que devia para te dar, mas ainda estou a tua espera, como sempre estive e vou estar.
Não podias mesmo ser tu, desculpa a confusão.
O que ainda tenho será tudo teu. Promete-me a eternidade e irei ter contigo.
O melhor ainda está para vir, sei isso agora. E será ao teu lado. (Onde quer que isso seja, mas eu vou lá chegar e vais estar à minha procura).

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Memorias

Não passam disso. Memorias.
Criaturas perigosas. São todas as nossas lágrimas, as de alegria e as de tristeza.
Benditas Malvadas que nos fazem ou arruínam uma hora, um dia, um ano.
Não seria nada sem elas, porém, quem me dera poder não as ter. Nunca as querendo eliminar.

Tenho medo de acabar por me agarrar demasiado a elas. Ficaram retratadas de uma forma demasiado perfeita dentro de mim. São tão perfeitas que começo a achar que me mentem em relação à sua realidade.

Porquê que não consigo esquecer as duas figuras debaixo da chuva? Porquê que não consigo deixar de sentir aqueles braços que me apertavam na cintura? Porquê que me faz tanta falta aquela sensação de nunca mais cair?

Memorias malvadas...Porquê que se escondem aquelas em que ouvi dizer tanto mal da chuva amada? Porquê que se esquecem tanto de me lembrar que cai...
Memorias, Memorias...

Ao menos sejam justas para com vocês próprias.


quinta-feira, 22 de março de 2012

Vou escrever

-Será que posso ser cliché só mais desta vez e escrever-te sobre o mar?
-Que podes tu ter mais para dizer sobre o mar - respondeu ela com um sorriso torto e sempre tão cúmplice.
-Tens razão...mas não sei mesmo sobre o que escrever mais...
-Sobre ti? sobre o teu passado? o teu futuro? A serio, por melhores que sejam as tuas muitas historias sobre pessoas apaixonadas e grupos de amigos em casinhas à beira mar...não têm muito fundamento.
-mas na verdade...
-sim, eu sei que são todo um espelho sobre a tua vida...sei que usas as casinhas brancas ao por do sol e o frio das ondas pela manhã para descrever como te sentes mas isso é para alem de uma fachada, um cliche e vai muito rapidamente perder e a piada. mais do que isso eu sinto que este pano já não chega para te esconderes e que foi por isso que deixaste de escrever.
-deixei de escrever quando percebi que a vida não era o que eu pensei...
-era um bocado dificil que fosse como imaginaste nessa tua pequena bolha cor de rosa.
-ainda me às de explicar qual é o problema da minha bolha cor de rosa... - assim que acabou esta frase a rapariga gelou-a com o olhar e continuou - sim está bem...
-escreve sobre isso...
-vou escrever.